Lúpus eritematoso
cutâneo
O que é ?
Lúpus eritematoso é uma doença que causa lesões de pele,
principalmente nas áreas expostas ao sol, tais como face, pescoço, couro
cabeludo, orelhas, altos do tronco, antebraços e dorso das mãos. Afeta
principalmente mulheres, em geral de 20 a 40 anos. O lúpus eritematosos pode se
manifestar sozinho na pele ou associado a inflamação em outros órgãos levando
ao aparecimento de diferentes sintomas,
O que causa esta doença?
Os lúpus eritematosos são considerados uma doença de defesa
do próprio organismo (autoimune), isto é, o organismo, para se defender de
fatores ambientais como sol (radiação UV), por exemplo, acaba produzindo
anticorpos contra componentes do próprio corpo. Existe uma predisposição genética,
que facilita o desenvolvimento da doença, sendo que é comum encontrar pessoas da mesma família com lúpus
eritematosos. Algumas medicações podem desencadeá-las, entre elas as de pressão
e diuréticos. Outros fatores entre eles, vírus, tem sido estudado s no
desencadeamento da doença, porem ainda não foram comprovadas.
Como são as lesões da
pele?
As lesões da pele do lúpus eritematoso podem ser diferenciadas
de acordo com a fase: crônica, subaguda e aguda.
As lesões de lúpus cutâneo crônico, também chamado de
discoide, ocorrem principalmente na face, mas também aparece em outras áreas
expostas ao sol e ate no couro cabeludo. Elas começam como manchas vermelhas,
com descamação em geral sem sintomas locais, que crescem lentamente, ficando
com o seu centro com aspecto de cicatrize apresentado mudança de cor para
marrom ou branca. Há aparecimento de novas lesões ou piora das já existentes
com a exposição sol. Quando acometem o couro cabeludo, podem resultar em áreas
com cicatrizes e consequente perda permanente dos cabelos. Quando presentes
essas lesões, raramente há comprometimento em outros órgãos.
As lesões do tipo subagudo são muitos sensíveis ao sol, sendo
que aparecem principalmente na face, regiões superiores do tronco, e membros
superiores. São manchas vermelhas, que descamam, podendo ter aspecto anular ou
em placas. Costumam evoluir deixando manchas brancas. Pode haver
comprometimento de outros órgãos, principalmente de articulações.
O lúpus eritematoso cutâneo aparece em pacientes em que a
forma sistêmica (atingindo todo organismo) da doença (lúpus eritematoso
sistêmico). Esses a pacientes apresentam, além das lesões de pele,
comprometimento de órgãos internos, tais como rins, coração, ou sistema nervoso
central. As lesões de pele são principalmente localizadas na face, são
vermelhas, mais discretas do que as formas crônicas e subaguda, quando
melhoram, não deixam cicatrizes. Mais raramente podem aparecer lesões bolhosas.
Durante a atividade inflamatória da doença, pode haver queda de cabelo difusa e
intensa, entretanto sem cicatrização definitiva do couro cabeludo, havendo novo
crescimento de cabelo com o tratamento e controle do lúpus.
Como se faz o
diagnostico de lúpus eritematosos cutâneo?
As lesões de pele na maioria das vezes, são muito típicas,
sendo que o dermatologista bem treinado é capaz de fazer a suspeita
diagnostica. A confirmação é feita com a biópsia da pele lesada. Após o
diagnostico de lúpus cutâneo, é necessário verificar se há também,
comprometimento de outros órgãos. Assim, é deve-se pesquisar outros possíveis
sintomas do paciente através de uma a historia clinica detalhada e examinando-o
bem. Exames laboratórios também são importantes para o diagnosticou de
comprometimento sistêmico, devendo-se pesquisar a presença de alterações
bioquímicas e de auto anticorpos (FAN e outros) no sangue além de alterações na
urina.
Recomendações para uma boa evolução da doença:
·
Lúpus eritematoso é uma doença tratável. Procure
seu medico e mantenha-se em acompanhamento.
·
Não pare as medicações para lúpus, sem consultar
seu medico.
·
Proteja-se da luz solar, com roupas, chapéus,
sobrinhas e foto protetores
·
Pode se usar corretivos cosméticos em lesões cicatriciais
·
Procure seu medico para orientações sobre
gravidez
·
Evite fumar para obter uma melhor reposta ao
tratamento
Lúpus eritematoso
sistêmico
O que é?
Uma doença autoimune, que como já visto anteriormente,
decorre da produção de anticorpos contra o próprio organismo, chamados auto
anticorpos. Essa autoagressão provoca lesões nos diferentes tecidos do corpo
humano, cuja gravidade depende do órgão acometido. Esse defeito genético, se
deve ao um conjunto de genes, e como a herança provem de cada metade dos pais,
ela não passa na sua integridade e, portanto, é difícil a doença aparecer nas
mesmas condições nos descendentes. Mesmo assim, estes podem ter alguns sinais
clínicos de lúpus ou apresentar uma outra doença do grupo das autoimunes.
Ocorre principalmente em mulheres (10 para 1 em relação aos homens), sendo mais
frequente na puberdade, quando existe mudança nos níveis hormonais,
principalmente no aumento de estrógenos.
Quais são aos fatores
envolvidos no seu aparecimento?
Além da sustentabilidade genética, a doença pode surgir após
a exposição solar (só nos pacientes sensíveis ao sol), uso de medicamentos (pílula
anticoncepcional), antibiótico (principalmente sulfas), drogas para baixar
pressão arterial e reduzir níveis de colesterol, controladores do ritmo cardíaco,
além de uma infinidade de outros produtos para as mais variadas finalidades. A
manifestação de lúpus ocorre somente nas pessoas predispostas e sensíveis a um
determinado medicamento e, uma vez comprovada essa sensibilidade, o paciente
jamais poderá usa-lo novamente.
Todos os pacientes
com lúpus são iguais?
Não pois eles são geneticamente diferentes a não ser os gêmeos
univitelinos. Há formas de lúpus que acometem somente a pele e que nunca
acometem órgãos internos. Outros pacientes nunca tiveram manifestações na pele,
e sim, apenas num órgão interno, como rim ou cérebro. Evidentemente, estes
geram mais preocupações e exigem maiores cuidados. a presença de dores nas
juntas, febre e queda de cabelo é observada na maioria dos pacientes.
Quando existe a
suspeita de lúpus?
Ocorre a suspeita de lúpus, quando pacientes do sexo
feminino apresentam febre baixa, dores vagas nas juntas, e referem o
aparecimento de manchas na pele, após terem se exposto ao sol na praia. Outros
dados clínicos favorecem o diagnostico, tais como: queda de cabelo, urina
avermelhada e com muita espuma, convulsão, palidez de pele e alterações
visuais. Se forem observados todos esses sinais, é alta a probabilidade de a
paciente ser portadora de lúpus.
Como é feito o
diagnostico?
O diagnostico deve ser feito a partir dos dados clínicos, e
os exames de sangue são uteis para confirmar o diagnostico. Alguns auto
anticorpos aparecem somente nos lúpus, como anticorpos anti-DNA (antiácido
desoxirribonucleico, que pertence á estrutura fundamental do cromossomo) e
anti-Sm (iniciais do nome do paciente chamado Smith em quem o anticorpo foi
identificado pela primeira vez).
Outros exames são imponentes para avaliar a atividade da
doença, extensão para órgãos internos, e também para acompanhar o resultado do
tratamento. Muitas vezes, o quadro clinico e os exames laboratoriais são
insuficientes definir o diagnóstico, sendo necessária a realização de biopsias
( retirada de fragmentos de tecido para exames no microscópio) de um local
acometido pela doença.
Quem tem lúpus pode
engravidar? Quais são os cuidados especiais?
O fato mais importante não é ter a doença, mais em que
condições ela se apresenta. se a doença está ativa, com acometimento dos
órgãos, é evidente que se aconselha a não engravidar, pois a gestação ira
piorar o lúpus e as complicações serão maiores e mais delicadas. Se entretanto,
houve um tratamento eficiente e a doença entrou em remissão, os exames de
atividade normalizaram-se e já se passaram amis de 6 meses, a paciente pode ser
liberada para engravidar. Nessa situação, é importante pesquisar a presença de
u anticorpo na mulher chamado anti-Ro, também chamado SS-A. este tem a
capacidade de afetar o coração do feto, provocando complicações muitas vezes
serias e irreversíveis. Sua presença identificada e o acompanhamento cuidadoso
da criança durante toda a gestação evitarão as graves complicações decorrentes
de sua presença. Esses casos devem ser acompanhados pelo obstetra e pela
reumatologia durante todo o período gestacional para evitar complicações. Quem
tem lúpus somente de pele, em geral, tem uma gravidez normal, mais mesmo assim
necessita de acompanhamento durante todo o período gestacional.
Como é o tratamento?
Assim como existem varias formas de apresentação da doença,
o tratamento varia muito conforme o caso. Pode ser só local, na pele, ou geral,
com medicamentos que variam de anti-inflamatórios comuns, passando por
cortisona e drogas imunossupressores que inibem a resposta imunológica por via
oral ou endovenosa, ate transplante de órgãos e medula. Tudo depende do acometimento
agressivo e da não resposta aos métodos convencionais. É importante salientar
que os métodos de tratamento atuais e os avanços alcançados nas pesquisas tem
permitido uma melhora significativa na qualidade de vida desses pacientes.
Fonte:
• SAUDE
- ENTENDENDO AS DOENÇAS, KAUFFMAN, PAUL, HELITO, ALFREDO SALIM DE, Ano:
2007. Editora: NOBEL