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Melasma: a mancha na pele que ainda carrega estigmas e afeta a autoestima de milhões


anchas escuras no rosto que aparecem sem aviso, resistem a tratamentos caseiros e causam incômodo muito além da estética. Esse é o cenário enfrentado por milhões de pessoas, em sua maioria mulheres, que convivem com o melasma, uma condição crônica da pele que, embora não seja grave do ponto de vista médico, pode deixar marcas profundas na autoestima e na saúde emocional.

O que é o Melasma

O melasma é caracterizado por manchas acastanhadas ou amarronzadas, geralmente simétricas, que aparecem no rosto — especialmente na testa, bochechas, nariz, buço e queixo — mas também podem surgir em áreas como colo e braços. Sua principal característica é a hiperpigmentação: o excesso de produção de melanina, pigmento natural da pele.

“É uma desordem da pigmentação que ocorre por múltiplos fatores, principalmente exposição solar, predisposição genética e alterações hormonais. A pele produz melanina como mecanismo de defesa, e no melasma, essa produção é desregulada”, explica a dermatologista Dra. Camila Ferreira.

Mais comum do que se imagina

Estima-se que cerca de 35% das mulheres brasileiras desenvolvam melasma em algum momento da vida, segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Homens também podem ser afetados, mas representam apenas 10% dos casos. É mais prevalente em pessoas com tons de pele mais escuros e em regiões tropicais, como o Brasil.

Além do sol, anticoncepcionais, gravidez, reposição hormonal, calor, luz visível (de telas e lâmpadas) e até o estresse estão entre os gatilhos da condição.

Impacto emocional: mais do que uma questão estética

Embora não ofereça risco à saúde física, o melasma pode ter grande impacto emocional. Muitas pessoas relatam vergonha, insegurança, dificuldade em sair de casa sem maquiagem e até prejuízos na vida social e profissional.

“Ouvi que era sujeira, que era descuido meu. Cheguei a tentar esfoliar a pele até machucar”, relata a publicitária Ana Luiza, de 28 anos, diagnosticada com melasma aos 24. “Hoje entendo que é uma condição crônica e que precisa de cuidado constante, não culpa”.

O estigma ainda é um obstáculo. Por ser uma condição visível e relacionada à aparência, muitas pessoas minimizam ou ignoram o sofrimento emocional que o melasma pode causar.

Diagnóstico e tipos

O diagnóstico do melasma é clínico, feito por dermatologistas, e pode ser dividido em três tipos:

  • Epidérmico: mais superficial, localizado na camada superior da pele.

  • Dérmico: mais profundo, com pigmentação na derme.

  • Misto: combinação dos dois anteriores, sendo o mais comum e o mais difícil de tratar.

Tratamento: paciência, persistência e proteção solar

O melasma não tem cura, mas pode ser controlado com tratamento contínuo. Entre as abordagens mais comuns estão:

  • Filtros solares físicos e químicos de amplo espectro (FPS 50+), com reaplicação frequente

  • Cremes despigmentantes à base de ácido tranexâmico, ácido kójico, hidroquinona (em uso supervisionado) e niacinamida

  • Procedimentos como peelings químicos, microagulhamento, laser e luz intensa pulsada, sempre com indicação e acompanhamento dermatológico

  • Uso de antioxidantes tópicos e orais, que ajudam a proteger contra os danos da radiação

“A chave é o controle e a disciplina. O melasma pode voltar com facilidade, especialmente se o paciente relaxar no uso do protetor solar. E cada pele reage de um jeito — por isso o tratamento precisa ser individualizado”, reforça Dra. Camila.

Mitos e verdades

Um dos maiores desafios no combate ao melasma é a desinformação. Há quem acredite que é possível eliminar completamente as manchas em poucos dias, ou que produtos caseiros podem resolver o problema. O resultado muitas vezes é piora do quadro e danos à pele.

“Recebo pacientes com queimaduras e hiperpigmentações agravadas por receitas da internet. Melasma é coisa séria e precisa ser tratada com orientação médica”, alerta a dermatologista.

Vivendo com o Melasma

Conviver com o melasma é, em muitos casos, um exercício de autocuidado e ressignificação da beleza. O controle exige rotina, proteção e autoconhecimento. E também envolve acolhimento: entender que manchas na pele não definem quem você é.

A boa notícia é que a ciência tem avançado, com novos ativos sendo estudados e tratamentos cada vez mais eficazes e menos agressivos. Enquanto isso, é fundamental informar, acolher e tratar — porque saúde da pele também é saúde emocional.

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